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A prevenção como ferramenta no combate à violência contra as mulheres

O problema da violência contra as mulheres vem sendo debatido com mais afinco ao longo das décadas, o que vem aprimorando a criação de leis, tratados e políticas públicas voltadas à proteção da mulher. Avançamos muito, porém há um longo caminho para percorrer.

 

De acordo com o Mapa da Violência, cerca de 35% das mulheres já sofreram alguma forma de violência física ou sexual. E não precisamos ir muito longe para detectarmos que vivemos uma verdadeira pandemia de violência de gênero: basta olharmos à nossa volta, questionarmos nossas colegas, amigas, irmãs, parceiras sobre as violências que estas sofreram. Os números seguem assustadores. 

 

E como podemos mudar isso? A partir de ações concretas. Um exemplo disso foi a criação da Lei 11.340, também conhecida como Lei Maria da Penha, considerada uma das melhores a nível mundial. A Lei é uma importante ferramenta para punir os agressores, mas não somente isso. Além de dispor sobre as formas de violência, as penas para agressores, as medidas protetivas de urgência, a Lei também trata de medidas de prevenção. Podemos citar, entre elas:

 


V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres. (Lei 11.340/2006) 

E ainda,

IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

 

A prevenção já se provou uma grande aliada no combate à violência que atinge as mulheres, sobretudo através da educação. Aulas, capacitações, a inserção do tema no currículo escolar e nos debates dentro de empresas privadas, além da disseminação de conteúdos sobre a violência de gênero na internet podem ser a chave para que, aos poucos, haja a mudança estrutural que necessitamos para enfrentar o problema.

 

Temos que nos reconhecer enquanto agentes no enfrentamento à violência contra as mulheres. O silêncio não pode se tornar um aliado do agressor. Se faz necessário, mais do que nunca, meter a colher em briga de marido e mulher. É preciso atentar-se para o fato de que, somente a partir da educação, da mudança de pensamentos e consequentemente de comportamentos, caminharemos para uma sociedade mais justa e igualitária para todas e todos.

 

|Referências

BRASIL. Lei 11.340 de 7 de agosto de 2006. 

Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres no Brasil. 2015.

 

|Sobre a autora

Ana Luisa Hickmann, antropóloga, mestre em Estudos Latino-Americanos, Promotora Legal Popular, ativista, divulgadora científica e criadora do Projeto Ana Mete a Colher que visa prevenir e enfrentar a violência contra as mulheres através da informação.