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Formação Crítica e Reflexiva sobre as Tecnologias Digitais na Educação: É possível?

A pandemia da Covid-19 trouxe a possibilidade de ressignificações para o cenário educacional que perdurará no pós pandemia. Um dos pontos que necessitou ser (re)pensado é sobre a formação em tecnologia, aparentemente incipiente dadas as dificuldades desveladas pelas pesquisas e pelos profissionais da educação em trabalhar com ferramentas digitais que podem auxiliar a impulsionar os processos de ensino e aprendizagem. Michel Serres, em seu livro polegarzinha, discorre sobre o poder que um polegar possui em viajar por inúmeras redes tecnológicas. E de fato, um novo mundo despontou e precisamos (re)incorporá-lo nas práticas didático-pedagógicas para que possamos avançar no desenvolvimento de uma educação humana, emancipatória, plural e inclusiva para todos(as).

Parafraseando Boaventura de Sousa Santos, a pandemia colocou a educação em uma nova pandemia, tendo em vista às inúmeras fragilidades que os sistemas educacionais já vivenciavam. Isso demonstra que temos muito no que a avançar e apesar das deficiências perante a formação em tecnologias digitais que tanto carecem os profissionais da educação, não devemos romantizá-las. As tecnologias digitais não vão salvar os processos de ensino e aprendizagem e, por mais que atuem como facilitadoras em algumas práticas de ensino, é primordial o investimento em formação continuada crítica que auxiliem os profissionais da educação a desenvolverem suas aulas articulando com as tecnologias para além de ações mecanicistas ou robóticas, tal como vem sendo exposto.

Por fim, é imprescindível a necessidade de formações contínuas para além do cumprimento de carga horária. É importante que os formadores de professores não passem receitas simplistas sobre o ato de ensinar e não romantizem as tecnologias como a solução de todos os problemas, mas reforcem a necessidade de uma educação que possibilite uma formação crítica e reflexiva e que para que isto aconteça é necessário investimentos e políticas públicas sérias que valorizem a formação continuada a profissionalização docente.

Referências:

CRUZ, Andreza de Faria Alves; DOS SANTOS, Mateus José; DE ASSIS SOUZA, Vinícius Catão. Vivências no Estágio Supervisionado de Formação Pedagógica em Química realizado remotamente durante a pandemia da Covid-19. Conexão ComCiência, v. 1, n. 3, 2021.

MARTINS, Sidney Pires; DOS SANTOS, Mateus José. A profissão docente durante a pandemia: contribuições de um curso de formação continuada sobre as TDICs na educação. ForScience, v. 9, n. 2, p. e00943-e00943, 2021.

MARTINS, Sidney Pires.; SANTOS, Mateus José. ; MELLO, Rita Márcia Andrade Vaz.

Parceria escola-universidade por meio da formação continuada dos profissionais da educação: um olhar para as ferramentas digitais. In: 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 2021, Alfenas. Anais …., 2021.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Boitempo Editorial, 2020.

SERRES, Michel. Polegarzinha. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

 

Sobre o Autor:

Sidney Pires Martins é Professor Universitário, Publicitário, Mestre em Administração, Especialista em Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário Izabela Hendrix, Especialista em Práticas Pedagógicas pelo IFNMG-Campus Diamantina e, atualmente, integra o GEPPFOR – Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Formação de Profissionais da Educação vinculado ao Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa, liderando a linha de pesquisa Alfabetização Tecnológica e Metodologias Ativas. É professor substituto do IFMG-Campus Sabará. Suas áreas de interesse são Metodologias de Ensino Ativas, Educação Híbrida, Formação Inicial e Continuada de professores, Alfabetização Tecnológica e Ferramentas Digitais. Busca desenvolver práticas de ensino ativas que promovam uma aprendizagem baseada em uma formação crítica e reflexiva e que estimule o protagonismo discente nos mais diferentes segmentos de ensino.