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Por que doar para a ciência brasileira?

O ato de dar, receber e retribuir 1 é um dos poucos costumes compartilhados por praticamente todas as civilizações, desde as mais arcaicas até as mais atuais. É um prazer para a pessoa que doa, um engrandecimento para a que recebe e, portanto, quer retribuir. Vamos conversar um pouco sobre esse ciclo: a sua doação para a ciência brasileira, o crescimento da mesma e a retribuição para a sociedade na forma de conhecimento e desenvolvimento.

No Brasil, o principal financiador do fazer científico e tecnológico é o Estado. O marco institucional da ciência brasileira é representado pela criação do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, no ano de 1900. Porém, apenas na década de 1970, o estado incorporou a ciência e a tecnologia em seu planejamento estratégico de desenvolvimento 2. É pouca a participação direta de pessoas físicas e jurídicas no financiamento da ciência (pois indiretamente há essa contribuição através dos recursos dos impostos). Em outros países, como nos Estados Unidos e em países da União Europeia e na Austrália, é muito comum a doação para a ciência, assim como aqui no Brasil é comum doarmos para organizações que cuidam de crianças carentes, de animais abandonados ou mesmo para hospitais de tratamento de câncer, por exemplo.

Nós poderíamos citar inúmeros exemplos de como a ciência brasileira retorna conhecimento para a sociedade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Mas vamos nos ater a um caso recente, que provavelmente você deve se lembrar.

No ano de 2015 3, a Secretaria de Saúde de Pernambuco enviou ao Ministério da Saúde um comunicado: ocorreu um aumento significativo no número de bebês nascidos com microcefalia. Dessa constatação estatística relativa ao problema à confirmação científica de sua causa, decorreu apenas um ano, quando então os cientistas do Brasil associaram o surto de microcefalia ao vírus Zika. Foi um volume de conhecimento semelhante ao de três ou quatro décadas de estudos. A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde promoveu a mobilização da comunidade científica brasileira e um repositório de informações foi rapidamente construído. Ainda faltam muitas respostas, as pesquisas continuam, assim como foram aprimoradas técnicas de combate ao mosquito Aedes Aegypti, vetor do vírus Zika. A pronta resposta às demandas que se fizeram naquele momento foram resultado de ações conjuntas das famílias afetadas, que contribuíram com informações e com material genético e tecidos para a pesquisa; dos profissionais de saúde, que rapidamente se organizaram para coletar de forma adequada as informações; do Estado, que agilizou as ações e reverteu recursos financeiros significativos à pesquisa e, por fim, aos cientistas brasileiros que se dedicaram à solução do misterioso surto de microcefalia e outras mal formações.

A ciência brasileira precisa de você! Inspire-se na ciência e contribua com sua doação! Torne-se um cidadão ativo na ciência de seu país!

Sobre a Autora:

| Juliana Furlani

“ Nasci em Belo Horizonte e agora moro em Itajubá, cidade de Minas Gerais. Sou casada, mãe e avó, e tutora de três cães lindos! Sou professora de química desde 1995, iniciei no Ensino Médio e hoje atuo na formação de professores, tanto em cursos presenciais, quanto a distância. Doutora em Ciências pela USP e mestre em Educação pela UFMG e, agora, membro fundador do ISC. ”